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Guia de Cortesia feito por Weeping Lady of Lys
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O Guia de Bons Costumes, pela Senhora Elinor Hightower.

Primeira Parte: Formas de Tratamento.

    Algo que toda boa dama de Westeros deve saber, é a maneira correta de se portar diante das diferentes e inusitadas situações que a movimentada vida na corte pode oferecer. Com o Guia de Bons Costumes, ficarão registrados os ensinamentos, e o que se é esperado de um bom homem ou mulher de nascimento nobre ou comum, em qualquer região dos Sete Reinos. Em algumas, há certas particularidades que fogem ao habitual, e por isso é necessário que um bom estudioso da Cortesia, esteja atento a essas peculiares exceções. Em primeiro lugar, trataremos das formas de tratamento, e a arte do cumprimento.

      Obviamente, o nascimento é um fator determinante em Westeros. Um aldeão, fazendeiro ou servo de propriedades nobres, deve ser servil, obediente e nunca olhar um superior nos olhos. Isso é um sinal de modéstia e docilidade muito apreciado pelas altas castas westerosi. Mercadores, artesãos, cantores, cozinheiros, castelões, ferreiros, tecelões, ou outros que desempenhem uma tarefa de vital importância, podem se dirigir diretamente a um nobre, depois de uma profunda mesura em sinal de respeito. É normal que tais homens e mulheres de nascimento comum confundam as formas de tratamento, o que vai de encontro justamente ao propósito deste relato.

Um bom jovem ou dama de nascimento nobre, deve sempre referir-se a outros de nascimento igualmente nobre com cortesia e um tom de voz amigável. Arroubos de emoção ou demonstrações públicas de um forte temperamento são desencorajadas. Mulheres de nascimento nobre são chamadas donzelas, damas ou até mesmo ladies. Apenas esposas de governantes, regentes ou governantes por herança, são chamadas de Senhora*. O mesmo vale para homens de nascimento nobre. O Senhor é o guardião de alguma fortaleza ou território. Homens de boa estirpe são chamados Lordes, ou m’lordes.

           Uma exceção plausível, são os cavaleiros dos Sete Reinos. Estes são chamados sir, ou sor como uma variante a depender da região. É comum que muitos confundam senhores ou guerreiros do Norte com cavaleiros, mas lembrem-se: o Norte segue as leis de seus estranhos Deuses Antigos, então não possuem cavaleiros ungidos pelos Sete. Uma exceção notável, é a Casa Manderly de Porto Branco, cuja origem é a Campina, de onde foi expulsa há muitos séculos. É possível então, que encontremos sob o estandarte do tritão um cavaleiro ou outro. Para homens da Fé, usamos o tratamento Septão. O Alto Septão deve ser tratado com a mesma diligência utilizada a um Lorde dos Sete Reinos, mas é chamado Sua Santidade. Mulheres da Fé, que contribuem para o ensino religioso nos castelos dos Sete Reinos, são chamadas Septãs, ou Septas. Para as Irmãs Silenciosas, utiliza-se apenas o termo simples: Irmãs. Não é recomendado que sejam importunadas com indagações, pois seus votos de silêncio são sagrados. Nas Ilhas de Ferro, existem os estranhos "afogados", sacerdotes do Deus Afogado dos nascidos do ferro. Os nortenhos não possuem religiosos para intermédio dos seus represeiros sagrados. Apenas as árvores lhes bastam.

A autoridade maior de Westeros, o monarca soberano do Trono de Ferro, é chamada Sua Graça. O mesmo tratamento recebe a rainha, ou rei consorte. Para eles, a mesura e reverência devem ser as maiores, mesmo entre os nobres. Membros de pequenas Casas ou Casas Vassalas, devem fazer uma reverência tão profunda quanto para o seu Lorde Suserano. Os governantes dos territórios e Guardiões, por sua vez, curvam-se apenas ao seu rei, podendo também ajoelhar ao entrar em sua presença pela primeira vez depois de um longo tempo. Todos os atos e expressões corporais são observados, e constituem o que gosto de chamar, linguagem oculta de Westeros. Um gesto de aceno menor a um que a outro, é o suficiente para que uma mensagem seja entregue.

Agora, passamos a um assunto menos… palatável. Os estrangeiros. A começar por Dorne, um país arenoso e desagradável, mas que por sua proximidade com nossos territórios, torna-se impossível ignorar. Os dorneses orgulham-se de não possuírem um Lorde Governante, mas uma Princesa. A Casa Martell de Lançassolar possui status de Casa Real, e portanto são assim referidos quando recebidos em nosso reino. No entanto, um bom westerosi sabe que não precisa se curvar para uma soberana estrangeira, como o faria para o seu rei ou rainha. Uma mesura educada e polida é o suficiente. O mesmo vale para os Lordes e Ladies da região. Lá, é possível que encontremos cavaleiros, e que alguns até mesmo venham a viver em Westeros, fugindo do calor escaldante. Estes são tratados igualmente por sir ou sor, pois há muitas Casas em Dorne que seguem a luz dos Sete.

Para estrangeiros além do Mar Estreito, é formal que os chamemos pelo seu nome de nascimento, seguido do lugar de onde vêm. A grande maioria não possui uma Casa, ou um nome de família. São, de muitos modos, semelhantes aos homens de nascimento comum em Westeros, e a simples cortesia de nos dirigirmos a eles com respeito e benevolência, é o suficiente. Por vezes, por virem de terras longínquas, muitos não possuem qualquer conhecimento das formas de tratamento westerosi. Nas Cidades Livres, temos os Magísteres, príncipes do comércio, que ainda recorrem às práticas abomináveis da escravidão. Há também o Senhor de Mar de Braavos, e as autoridades do Banco de Ferro. A estes, recomenda-se uma maior leniência, pois são deveras influentes. Recomenda-se que o interessado em ter vida longa em qualquer corte, lembre-se destas palavras e as siga à risca. Agora, trataremos de outros tópicos menores, como bons conselhos para a vida social westerosi.

Segunda Parte: Casamentos.

      Nomes são a coisa mais importante em Westeros. Cada um de nós carrega consigo o legado de uma Grande Casa, e é nossa responsabilidade, contribuir para que a Dinastia da qual descendemos siga vivendo. Nas leis ancestrais de Westeros, os homens dão continuidade a este legado, levando o nome de sua Casa adiante. E as mulheres, asseguram alianças com parceiros poderosos, e em troca dão continuidade ao nome de seu marido. Mas há exceções de que nos fala Estrela de Sete Pontas, e também as Leis Antigas. Uma herdeira feminina só herdará as posses e rendimentos de sua Casa, quando não houver mais um homem vivo a carregar o nome de sua família. Nestes casos, apresentam-se duas hipóteses. O nome anterior desvanece, e uma nova Casa surge, criando-se um ramo secundário da família do marido da Lady em questão. Ou, ocorre um casamento matrilinear, no qual o homem abdica dos direitos ancestrais de passar o seu nome aos filhos, em troca da sobrevivência de uma Grande Casa.

          Esta segunda hipótese é a mais recente em nossa história, e só tornou-se possível quando o Alto Septão Lyumin legitimou o casamento de Lady Ysoleth Crane com seu escudo juramentado, sir Hugh Wythers, há três décadas atrás. O precedente abriu margem para que a possibilidade fosse adotada por toda Westeros, e septões passaram a casar senhoras de famílias nobres desta maneira, para conservar o nome de nascimento do qual descendem. Ainda assim, esta medida é adotada em último caso, e prova-se um desafio encontrar candidatos a maridos consortes. Ainda é um gesto observado com estranheza pelos demais homens nobres, cuja grande maioria não abriria mão do dever viril de dar o seu nome aos filhos. Torna-se comum então, que tais casamentos ocorram entre uma Lady herdeira, e um vassalo ou subalterno de nascimento nobre, mas pouco relevante. Assim, não perde-se muito com a inusitada união.

Nestes casos, o marido não toma o nome da esposa. O pensamento de tal possibilidade seria deveras aterrador, se todo o processo já não fosse suficientemente incomum. O mesmo ocorre quando um homem nobre toma uma estrangeira como esposa. Um fato triste, mas que já ocorreu em toda Westeros. Nestes casos, se a estrangeira em questão não for de uma Casa Nobre dornesa ou essossi, ela continua a ser chamada pelo seu local de origem, ainda que formalmente o marido a tenha coberto com seu manto. Manchando-o no processo, eu diria. Nestes casos, o nome da família é acrescentado apenas como formalidade. Não é como se fôssemos obrigados a usá-lo com uma estrangeira.

Por fim, há ainda o casamento entre uma Casa nobre e o Trono de Ferro. É certo que uma aliança com a Casa Real pode ser cobiçada, pois é um enorme indicativo de prestígio e poder nos Sete Reinos. Tanto, que ao desposar uma mulher de Casa Vassala, o Trono de Ferro arrisca criar tensões com a família suserana do território. O que não ocorreu recentemente, quando nosso amado Viserys I casou-se com a adorável Arianna Hightower. A Casa Tyrell não poderia ter ficado mais feliz com tal auspiciosa união. No entanto, não seria de estranhar que o caso fosse outro. A rainha consorte – ou o rei, na hipótese de uma mulher sentar-se no Trono de Ferro – não toma para si o nome da Casa Targaryen. Mas mantém o nome de sua Casa de origem, um símbolo da aliança recorrente.

Este é um trabalho em andamento, pois Meistre Volkner encontra-se cansado de redigir os meus escritos em um tomo. Em breve, caso surja a necessidade, acrescentarei mais páginas a este registro da boa cortesia e dos bons costumes. Talvez, com um redator diferente…


Resumo das Formas de Tratamento:

Para homens de nascimento comum: sua mercê, você, tu.
Para cavaleiros: sir, sor.
Para nobres: m'lady, m'lorde.
Para Lordes/Ladies: Senhor(a), M'Lorde, M'Lady.
Para o Rei/Rainha do Trono de Ferro: Vossa Graça.
Para Septãos: septão, septã/septa ou irmãs (apenas para Irmãs Silenciosas).
Alto Septão: Sua Santidade.
Para Sacerdotes Afogados: Afogados.
Governante de Dorne: Príncipe/Princesa de Dorne.
Príncipes ou Magísteres Essossis: Vossa Excelência.
Estrangeiros: [Nome do Estrangeiro] de [Local de Origem].


*(Nota da Weeping Lady: Sire, em inglês)
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